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COLÓQUIO ESCOLAS DA PERCEPÇÃO ANO II
Oficinas HIGHTECHLOWTECH e convidados

Noite 9 e 10 de novembro de 2011.

AMP NA LATA TUTORIAL
Mary Fê
Negalê – participação com GERADOR DE BAIXAS FREQUÊNCIAS

SOBRE O AMP NA LATA
A partir do projeto Sweet Portable Amp de Matt Grover, o engenheiro elétrico Samir Cury e a artista sonora Mary Fê fizeram o Amp na Lata, adaptando o circuito e colocando o Speaker numa lata de batata Pringles. Com os amps foi feito um desfile no carnaval de 2011, na Lapa, do Bloco Lo Fi, com as marchinhas Grosseria Gera Grosseria e Tocou Tocou O Celular, de autoria de Mary Fê e dos integrantes do Bloco.
Monte tudo antes na protoboard, para verificar se está funcionando conforme o previsto. Se positivo, parta para a solda na placa matriz de fenolite!

Você precisa de: 
uma lata (do tipo de batata frita Pringles, ou de bolas de tênis, 
Nescau pequeno, etc...)
uma placa matriz de fenolite
Solda
CI LM386
Potenciômetro de 10K
Fios (podem vir de carcaças de computador)
Ferro de solda
Apoio para ferro de solda
jack mono para guitarra
alimentador de bateria 9v
soquete para CI de 8 pinos (solde tudo lá e no final encaixe o CI, 
para não correr o risco de queimar o chip durante o processo de 
soldar)
Capacitores:
10uF
100uF
4.7uF
470uF


PROBLEMATIZAÇÃO
Propriedades físicas dos estímulos sonoros. Filtragem e amplificação em sistemas orgânicos, a biofísica da recepção/percepção das vibrações mecânicas no espectro do audível e do inaudível.
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NOISESHOW (BAIXAS FREQUÊNCIAS)
Pequenos instrumentos eletrônicos serão criados na protoboard para serem ligados ao AMP NA LATA, da Mary. Existem várias receitas. Numa delas não precisa nem de chip. Instrumentos para noiseShow tendo como base geradores de baixas freqüências.

PROBLEMATIZAÇÃO
A impedância do corpo frente a estes estímulos, muitos na faixa do inaudível, será um conceito trabalhado à luz da arte, física, biofísica e neurociências.

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CIMÁTICA: UM ESTUDO DA VISUALIDADE DAS VIBRAÇÕES
Negalê Jones
Eduardo Colombo
Eduardo Valle


SOBRE O CIMÁTICA

Cimática é o estudo da visualização de vibrações. Particularmente no caso do som (vibração do ar), a criação de um sistema que estabelece a interação das ondas sonoras e o meio material resultando em um direto processo de sinestesia estabelecido pela própria natureza. A conexão entre essas duas formas sensoriais propicia a extensão da compreensão do objeto sonoro e a possibilidade do artista como mediador estudar as questões plásticas envolvidas no uso de diversos tipo de materiais como, fluidos e grãos.

Abaixo temos algumas referências encontradas na internet relacionadas a cimática:
OBJETIVO
A oficina tem o propósito de criar um ambiente para experimentação do comportamento de materiais quando submetidos a estímulo de uma fonte sonora.
MOTIVADORES PARA A EXPERIMENTAÇÃO
Inúmeros projetos e objetos artísticos surgiram através da experimentação dos diversos materiais em relação a um estímulo sonoro. Um exemplo é o trabalho do fotógrafo Alexander Lauterwasser que pode ser verificado no seu livro Water Sound Images.
Nesta oficina iremos proporcionar aos participantes a oportunidade de visualizar as vibrações sonoras e através disto experimentar diversos materiais os quais irão interagir com estas vibrações. Para tanto iremos utilizar: auto falantes, materiais líquidos e materiais sólidos, tais como pigmentos , corantes e tantos outros.

Para o registro das ações utilizaremos câmeras de celulares, fotográficas e de vídeo.

PROBLEMATIZAÇÃO
Propriedades pseudosinestésicas da integração audiovisual à luz das neurociências.

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SISTEMA INTERATIVO PARA IMPROVISAÇÃO & PERFORMANCE EM TEMPO REAL
Eufrasio Prates

Apresentação do software livre Sistema Holofractal de Transdução de Música e Imagem, de minha autoria, disponível online em http://www.4shared.com/file/tNTFHjcm/HTMIv105-app4macOSX.html? utilizado em meus improvisos holofractais de #6 a #15: vídeos em youtube.com/eufrasioprates
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METADADOS FOTOGRÁFICOS DIGITAIS: O QUE SÃO E O QUE NOS DIZEM?
Cristina Amazonas
Investigação acerca dos metadados fotográficos digitais armazenados no EXIF (Exchangeable Image File Format), o padrão adotado pelas indústrias de equipamentos eletrônicos. A partir do entendimento desta informação gravada pelas câmeras digitais e incorporada automaticamente a todo arquivo de imagem podemos pensar métodos de catalogação mais ágeis e mesmo até identificar padrões e inferir conhecimento novo (subjetividade). Palestra, 20 min de duração + abertura para questões 15-20 min.

PROBLEMATIZAÇÃO
Comparação entre as estruturas operacionais identificáveis nos circuitos neurais e nos bastidores das imagens digitais. Analogias, não equivalências serão abordadas no tempo destinado ao debate.

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HARPA DE PREGO
Elen Nas
"Harpa de Prego" é uma escultura sonora produzida inicialmente como experimento visual para a proposta de performance/intervenção urbana intitulada "Prego Amor" (http://www.flickr.com/photos/64310055@N08/sets/72157627001168744/ ).

A escrita com pregos em madeira sólida surpreendeu com a possibilidade de criar sons delicados e, a partir daí uma nova experimentação com processamento destes sons se iniciou:
A proposta da performance é desenvolver esta experimentação com o público, através de softwares de áudio e interfaces gráficas. Para tal, será necessário, a cada apresentação, nesta mostra inicial, de, pelo menos, três voluntários, já que os microfones direcionais deverão estar próximos das partes tocadas, para um retorno mais efetivo na potência, enquanto outros tocam e outros processam o som através das imagens mapeadas e organizadas pela autora.
O objetivo é desenvolver este objeto sonoro, com os recursos apropriados, para dar maior praticidade a apresentação (microfones compactos acoplados, hardwares independentes, etc.).
Elen Nas/ artista multidisciplinar.]

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UM GESTO EM ARTE?
Leila Reinert

Basicamente são desenvolvidas imagens na fita adesiva transparente, ou contact, com materiais diversos como: cola de isopor, papel celofane, tinta de carga de caneta esferográfica, sal, fios de cabelo, canetas de retroprojetor, esmalte de unha, miçangas, ou mesmo negativos de filmes e radiografias, ou seja, uma infinidade de materiais. Essas imagens são encaixadas nas molduras de slydes e projetadas nas paredes, em grandes dimensões.




PROBLEMATIZAÇÃO
O foco está em como um gesto em arte está articulado à nossa percepção do entorno, à nossa atenção com as coisas. Não importa se estamos projetando uma ação com os recursos mais sofisticados, altas produções, ou se desenhamos com cabelo nos azulejos do banheiro enquanto tomamos banho. Em ambas as circunstâncias, acredito, é a percepção que temos do processo vivenciado, ou experimentado, que produz arte. E não importa se sou aluno regular ou das quebradas.
As imagens que lhe mandei foram feitas com cabelo, cola, cinzas, coisas muito "bobas" em si, mas quando associadas, ampliadas pela projeção, relacionadas umas as outras, ganham novas dimensões. Tudo isso usando uma tecnologia primitiva, ultrapassada. É um exercício de sensibilidade e descoberta. Os resultados? A idéia é fazer uma projeção das imagens elaboradas, quem sabe acompanhada de um som ao vivo, como nos antigos cinemas. Acho que o tempo será curto para tanto. Mas se as pessoas curtirem o processo, nada impede que desenvolvam, por elas mesmas, finalizações mais elaboradas.
Então:
1. Como explorar os resultados?
Não sei. Depende dos resultados. Do envolvimento dos participantes.
2. Qual o viés de problematização?
Acho que são muitos. Mas eu diria que o primeiro deles é que o que faz fazer arte não são os recursos materiais, domínios técnicos/tecnológicos, apoios financeiros, e sim um modo de estar no mundo, de habitar uma existência. Quero dizer: há trabalhos de alto custo que não dizem nada, e trabalhos sem orçamento que mudam o mundo. Problematizar é a questão.
Deleuze diz que o importante não é se dar bem em arte, mas na vida.

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RECRIANDO RACIONALIDADES
Virginia Chaitin
Para a Oficina HightechLowtech, pretendo trazer uma nova teoria metabiológica, que provoque desconforto à mensagem neo-darwinista de que somos frutos de uma seleção natural movida a competição e adaptação ao ambiente e que nosso altruísmo é, na verdade científica, expressão articulada de egoísmo. A alternativa é um corpo metabiológico matematicamente construído e perpassado pelo não-computável, por uma informação que vem de fora do sistema existente, e que vive da motivação e da ousadia de buscar e gerar algo radicalmente novo, numa organicidade que reconhece, mas não se limita à sua dimensão maquínica.




COLÓQUIO ESCOLAS DA PERCEPÇÃO ANO II Debates

 A PEQUENA JANELA DOS SENTIDOS

Profa. Maira Fróes (ICB/PAN/HCTE/Espaço Alexandria UFRJ)
“Meu mundo, e somente ele, habito, somente por ele transito, tão particular, tão de mim indissociável, no absoluto, imponderável, quiçá minúsculo, o mesquinho mundo das sensações minhas, o mundo dos meus movimentos, das minhas necessidades, dos meus entendimentos, dos meus desentendimentos, dos meus julgamentos, das minhas paixões, e esse mundo é de tal alardeado, por tantos, meus ‘todos’, espelhado… Gigantesca arrogância, essa minha, de ser…” (MMF)
O grupo interdisciplinar Anatomia das Paixões acredita que a combinação única, intencional, e não hierárquica, de arte e ciência esteja na raiz de uma plataforma inovadora, contemporânea, de criação e análise do conhecimento científico, onde a arte atuaria como catalisadora da lógica e do insight intelectual aplicados à ciência.
Vemos a arte, seu valor simbólico, seu grande poder de significação complexa, como fortíssimo comunicador humano, capaz de agregar-nos, pelas sensações de pertencimento e auto-reconhecimento, ao nosso mundo perceptual, aprofundando-nos na avaliação de sua natureza implícita, contrariamente ao estabelecido pela ciência moderna. Enquanto inspiradora para a consciência e para ciência, acreditamos no poder da arte em alargar a pequena janela dos sentidos disponível à ciência, transformando  e concebendo um novo homem na prática de suas criações e no reconhecimento de suas verdades.


SONHO, PERCEPÇÃO E SIMULAÇÃO
Prof. Sidarta Ribeiro (Instituto do Cérebro UFRN)
Um dos principais eixos da vasta contribuição de Sigmund Freud é o estudo dos sonhos. Para Freud a narrativa onírica é marcada por elementos da vigília (restos diurnos) com sentidos ocultos ligados à experiência subjetiva do sonhador e à satisfação de seus desejos íntimos. Freud observou também que os sonhos se assemelham ao delírio psicótico, postulando a intrusão onírica como origem da alucinação patológica.
Polêmicas na Europa, as idéias de Freud chegaram a impactar a medicina norteamericana, interessada no método psicanalítico e na relação entre sonho e delírio psicótico. Mas a partir dos anos 1950, com o advento das drogas antipsicóticas e a descoberta de que os sonhos ocorrem durante um estado neurofisiológico específico (sono REM), houve uma progressiva rejeição da teoria freudiana na biologia. A despeito desta separação profunda, a investigação neurocientífica dos últimos quinze anos gerou resultados que atualizam as contribuições de Freud.

Disse Alberto Caeiro que pensar é estar doente dos olhos, mas o que é ver sem pensar? O que diferencia a visão consciente da visão inconsciente? É possível enxergar vividamente coisas imaginadas? As regiões corticais dedicadas à visão podem ser usadas para outros sentidos? Qual a diferença entre percepção visual e sonho? http://pluralneuro.files.wordpress.com/2010/11/freud-e-sonhos2-sidarta_ribeiro.pdf

JOGO DAS CONTAS DE VIDRO FRACTAIS: COLABORAÇÃO BIOCIBERMOTORA MUSICAL
Eufrasio Farias Prates (Inst. Artes UnB)
Apresentação de instalação interativa, incluindo abertura e explanação de funcionamento de software.
Refs:

O Jogo das Contas de Vidro Fractais tomou por inspiração a obra de Hermann Hesse sobre uma sociedade futura que se dedicava a um sofisticado jogo integrando música, matemática, cultura e filosofia. Nesta versão computacional, fractais gerados pela equação iterativa de Gaston Julia: F(x)=(z.z)-(z/c)2 (onde “c” é um número complexo representando a razão áurea) são convidados a mediar o diálogo entre inteligência biológica e artificial. A primeira realiza melodias imprevisíveis por meio de movimentos corporais capturados por uma webcam e convertidos em dados processados pelo algoritmo. Tais dados são armazenados e passam a compor uma base de dados a partir da qual a  inteligência artificial construirá sua improvisação, crescentemente complexa conforme se amplia o vocabulário e sua base de aprendizagem.
Diversamente de um jogo entre adversários, esse jogo busca estimular as dimensões mais complexas da percepção a partir das analogias entre as melodias geradas pela cooperação entre humano e ciborgue. Imagens da webcam são misturadas a fractais e projetadas como forma de monitoramento do funcionamento do sistema e de estímulo lúdico visual, o que torna o sistema plausível para portadores de deficiência auditiva.

A poética dessa ciberinstalação sustenta-se em transduções semióticas de noções da física holonômica, da teoria do caos e da geometria dos fractais, tais como imprevisibilidade, acausalidade, multidimensionalidade, paradoxalidade, omnijetividade, etc.

A percepção dessas noções depende, naturalmente, de uma refinada disponibilidade cognitiva para perceber a subversão das relações de causa e efeito, a ausência de referenciais absolutos, as quebras na linearidade e o crescimento da complexidade dos timbres, ritmos e sucessões melódicas imprevisíveis gerados na interação coautoral com a obra-processo. Isto não impede, entretanto, que qualquer interator encontre suas próprias formas de interpretar ludicamente o diálogo estabelecido com o sistema. Propõe-se a ele, a partir dessa experiência, estímulos para a ampliação de suas capacidades perceptivas e de sua visão paradigmática.

Youtube: Eufrasio Prates

PEQUENAS PERCEPÇÕES: CONTORNOS DE UM GESTO EM ARTE?
Profa. Leila Reinert (Universidade Mackenzie SP)
Algumas relações estabelecem A ARTE, O ARTISTA, como quase mágicas. Por isso pensei em alguma coisa bem “pessoal”, num certo sentido. É um gesto, um modo de existir, um modo de perceber, dentre muitos outros. É um processo, um procedimento de pesquisa, uma proposta de ensino dentre tantas outras possíveis.
Como um gesto em arte está articulado à nossa percepção do entorno, à nossa atenção com as coisas? Não importa se estamos projetando uma ação com os recursos mais sofisticados, altas produções, ou se desenhamos com cabelo nos azulejos do banheiro enquanto tomamos banho. Em ambas as circunstâncias é a percepção que temos do processo vivenciado, ou experimentado, que produz arte. E não importa se sou aluno regular ou das quebradas. O que faz fazer arte não são os recursos materiais, domínios técnicos/tecnológicos, apoios financeiros, e sim um modo de estar no mundo, de habitar uma existência. Quero dizer: há trabalhos de alto custo que não dizem nada, e trabalhos sem orçamento que mudam o mundo. Problematizar é a questão.
Deleuze diz que o importante não é se dar bem em arte, mas na vida.


RECRIANDO RACIONALIDADES: UMA ABERTURA PARA A MULTIPLICIDADE DAS FORMAS DE SER NO MUNDO
Dra. Virginia Chaitin (Programa de Pós-Grad. HCTE UFRJ)
O impacto desejado é de um estado de reflexão tranqüilo e perspicaz, que convide a uma abertura para (re)invenção de uma razão-percepção humana que abrigue uma experiência pensamento-sensação menos massificada e massificadora, menos manipulável por correntes culturais impositivas, por modelos estéticos pré-estabelecidos, por ideologias, modas, ou quaisquer instrumentos de controle social que dificultam e até impedem uma experiência vivenciada de modo efetivamente singular.
Falaremos de uma filosofia pluralista, transdisciplinar, que mescla a epistemologia à antropologia, à lingüística cognitiva e à crítica da arte, com o desejo de ser um caminho para fora da armadilha do binômio racional-irracional, e da incomunicabilidade para com “o outro”, que “vê o mundo de forma diferente”. Este caminho pluralista pretende nos levar a um caleidoscópio de diferentes formas de discernir, classificar, ordenar e atribuir sentido às nossas experiências pessoais e em grupo, usufruindo da potencial singularidade das relações e formas de ser no mundo.


CINEMA, PSICOLOGIA E CULTURA: UMA HISTÓRIA DE EXPANSÃO DOS SENTIDOS
Prof. Francisco Rômulo (Inst. Biociências USP)
O surgimento do cinema no final do século XIX e a maneira como o cinema se constitui como elemento consolidador das mudanças anatômicas e fisiológicas pelo qual passa o homem moderno se configura em comum acordo com estudos da psicologia das multidões caracteristicos do perído em questão. Os estudos de psicologia a partir da segunda metade do século XIX propunham explicar uma nova relação entre o individuo e os diversos estímulos o qual era exposto nas metrópoles no processo de urbanização acelerado. Outro ponto importante de nosso exame é localizar a relação entre cinema e Psicologia na fase conhecida como ‘cinema silencioso’.


OUTRAS PARTICIPAÇÕES

09/11/11 – quarta feira à tarde

Tetsuo Takita

Projeto: Video can 38
(no máx. 7 min.)
Estudo iniciado em O corpo e a imagem. A imagem da imagem; escópico; voyerismo; Quando a imagem é projetada sobre corpos sobretudo humanos faz-se o questionamento. O corpo precisa da mídia imagem? A meu ver, não. O corpo se basta. Mas a imagem sim precisa de um corpo nem que seja para direcionar a câmera.


10/11/11 – quinta feira à tarde

Anick Lorena
Artista circense

Poema e tela, tema: palhaço.

Felipe Araujo
Poeta de rua

Focaliza a questão da "loucura" e da expressão do dito “louco” (ref. Nise da Silveira, Museu de Imagens do Inconsciente). Instalação com fotos das imagens produzidas pelos freqüentadores do museu, poesia e cartaz.

Júlia Almeida
Profa. Associado da UFES – Universidade Federal do Espírito Santo

Comunicação: Entre texto e imagem, título e quadro: modos modernos e contemporâneos de ver e dizer
Breve discussão sobre a relação entre título e quadro na pintura de Gonçalo Ivo, a partir das reflexões de Jean-Pierre Changeux  e Michel Foucault.




 


Crédito artístico:
Rodrigo Buarque 2008, Olvidos da arte (óleo sobre tela, acervo Anatomia das Paixões). Fotografia
Rodrigo Méxas 2011.

Apresentamos a instalação LabAteliê Anatomia das Paixões como uma proposta inovadora de estudo da percepção e cognição humana frente a estímulos que reúnem qualidades lógicas e estéticas, sinteticamente referidos como artsci. A instalação é de caráter multiaplicativo, pois conceitualmente multifacetada. De forma simplificada, significa que reúne todas as qualidades de uma estação de pesquisa experimental, mas também todo o caráter de um ambiente expositivo artístico, que por definição a priori abre-se ao público. Sua concepção atende às prioridades temáticas e conceituais de cada momento, e por isso, estará sujeita a remodelagem periódica, atualizando-se como impositivo. A cada temporada temática, estará recebendo a sociedade em geral, que ganha uma visão integradora da ciência com os valores humanos, única, no intuito de despertar ou reforçar o fascínio pelo conhecimento. Por outro lado, é um convite ao corpo acadêmico à problematização transdisciplinar nas áreas axiais do saber, representadas pelas ciências experimentais e pelas humanidades. O grupo e demais colaboradores articulados com o caráter epistemológico de nosso LabAteliê está continuamente inovando em programas de ação que contemplam o vasto repertório de visitações e interesses. Na oportunidade deste encontro estaremos apresentando experiências recentes e prospectivas para o ano que se aproxima, que incluem a participação do grupo na coordenação de oficinas de criação e difusão de conhecimentos híbridos arte/ciência através da metarreciclagem no âmbito do programa apoiado pelo PROEXT/MinC 2010 intitulado Cultura, Ciência e Tecnologia (Ivana Bentes e Maira Fróes, e colaboradores), a realização de fórum, colóquio, workshops, minicursos e seminários abertos à sociedade, a exemplo das Escolas da Percepção e dos encontros de Arte Eletrônica Digital hightechlowtech, e finalmente a montagem e inauguração pública do LabAteliê Anatomia das Paixões na atual sede do Colégio Brasileiro de Altos Estudos – Fórum de Ciência e Cultura/UFRJ como espaço de saber e cultura.

Na qualidade de Projetos Especiais, o grupo Anatomia das Paixões é convidado à participação na FEIRA FAPERJ Ciência, Tecnologia & Inovação 2011, acontecendo em:

29 e 30 de Junho de 2011

Galpão do Centro Cultural da Ação da Cidadania (CCAC)
Av. Barão de Tefé 75 - Bairro da Saúde Rio de Janeiro

10h às 22h

A instalação, intitulada Anatomia das Paixões: a arte, a ciência e o sujeito, integra parte da unidade LabAteliê de Epistemologia Experimental, concebida e desenvolvida por nosso grupo para investigação científica. Convidamos o espectador a atravessar os portais de nossas paixões, nossos sentidos biológicos, exemplificados pela audição. Peças anatômicas post-mortem são contextualizadas em anatomia artística contemporânea (preparações anatômicas combinadas a esculturas, videoarte, tecnoarte, fotografia artística, poéticas musical e literária) e cenografia (salão de dança e teatro de luz negra). Nossa unidade perceptual é recrutada através de uma profunda imersão estética, onde o som, enquanto sensação, é sugerido como 'criação humana'. Os alicerces biológicos desta criação, de presença material, encontram-se, na perspectiva do espectador, delicadamente fusionados ao êxtase estético-emocional possível pela beleza plástica e pelo envolvimento musical. Os campos recentemente reconhecidos da neuroestética e da epistemologia experimental se tocam neste modelo, desafiando-nos a reconsiderar o papel que a estética e os sentimentos poderiam estar exercendo na apreciação científica de natureza lógica e inspiracional. Portanto, para além da própria esfera da anatomia humana, cujas academias formais poderiam beneficiar-se deste olhar enriquecido sobre o corpo, o grupo interdisciplinar Anatomia das Paixões acredita que a combinação única, intencional e não hierárquica de arte e ciência esteja na raiz de uma plataforma inovadora, contemporânea, de criação e análise do conhecimento científico. E é nesta ciência que encontramos lugar para toda a grandeza humana.

Convidamos o espectador a atravessar os portais de nossas paixões, nossos sentidos biológicos, aqui exemplificados pela audição.


A Universidade foi fundada sob a hipótese de que o conhecimento não é apenas um meio de resolver as demandas materiais imediatas, mas é acima de tudo um bem necessário para iluminar o espírito humano. O projeto de uma Universidade para o século XXI deve estar sustentado pela necessidade de explorar novos caminhos que aproximam a Universidade de seus valores essenciais: descobrir, inventar e pensar criticamente. Enquanto elegendo a pesquisa como principal instrumento para atingir seus objetivos últimos, a Universidade deve ter um projeto educacional que encoraje os estudantes a fazer suas escolhas pessoais, a correr riscos, aceitar desafios e pensar criativamente. Educação imersa num ambiente de pesquisa.

O Espaço Alexandria e sua missão específica
Ao Espaço Alexandria não compete nem este se confunde com as unidades clássicas implantadas na Universidade. É uma iniciativa destinada a abrigar projetos de pesquisa que necessitam, pela sua originalidade, seu tempo de maturação e sua ousadia, de um apoio especial, pois que negados atualmente pelos órgãos tradicionais de apoio à pesquisa. Estes, preocupados com impactos sócio-econômicos à curto prazo, com detalhes metodológicos engessados que muitas vezes determinam a aprovação da proposta, tendo como base uma avaliação de desempenho contábil, isto é, de número de publicações. No Espaço Alexandria - EA - desenvolvem-se aventuras intelectuais, encontros improváveis, no sentido que se vislumbra o topo do conhecimento em que se pretende chegar, mas ignora-se o caminho; não existem respostas ou pistas fáceis, à disposição. Não existem atalhos pré-estabelecidos. Quando muito parte-se de uma conjectura. De certa forma, é o contraponto do que se faz na esmagadora maioria dos casos apoiados pelos Órgãos de Apoio à Pesquisa - OAP - em que se vêm metodologias e ferramentas bem postas, vias bem testadas, e caminha-se com a convicção de se oferecer resultados porque a pergunta é feita com a certeza de se obter resposta.

Em resumo, na pesquisa apoiada no EA, a pergunta gera novos caminhos. No EA as ferramentas devem ser descobertas e inventadas para tentar responder às pergunta. Para as OAP, o processo é inverso, as perguntas são geradas pelas ferramentas disponíveis. Uma consequencia óbvia é que a taxa de sucesso dos projetos apoiados pelas OAP deve ser bem superior àquela que se possa prever para os projetos do EA, sobretudo em se tomando como critérios as clássicas referências à contabilidade da produção de artigos e "satisfação do cliente". No entanto, se a medida for o impacto científico que faz com que certos setores da ciência mudem de rumo ou que se abra novas vias de investigação científica e tecnológica, os projetos desenvolvidos no EA terão, potencialmente, sucesso muito superior.

Se nós nos contentarmos em sermos apenas aplicadores de idéias geradas em outros lugares, se nos conformarmos em caminhar por vias abertas por outros, bem exploradas e sem riscos, para acrescentar mais um pequeno resultado na enciclopédia do conhecimento mundial, ficaremos prisioneiros mais uma vez. Se nossas perguntas permanecerem acorrentadas a ferramentas e achados de outros, vamos acabar na mediocridade do caminhar em círculos, pensando que estamos avançando.

O EA tem como objetivo precípuo, portanto, proporcionar condições para o desenvolvimento de pesquisa cujo alvo à médio e longo prazos seja realizar grandes saltos no conhecimento.

Com adaptações pontuais do original de autoria do Professor Emérito Luíz Bevilacqua - Coordenador Espaço Alexandria.

O Grupo Anatomia das Paixões junto ao EA:
LabAteliê de Epistemologia Experimental

O grupo multidisciplinar Anatomia das Paixões, em parceria com outros grupos e colegas da Universidade e extramuros, pretende discutir, investigar criticamente e testar experimentalmente a hipótese de que no processo de criação do conhecimento científico, a experimentação de trânsitos cognitivos complexos, de conteúdo simbólico, metafórico, inefável, relegados ao sistema de criação artística e de exaltação afetiva, poderia contribuir decisiva- e positivamente para os grandes saltos da razão. Numa contracorrente do pensamento científico vigente, uma análise objetiva mais alargada e profunda do problema científico poderia beneficiar-se da contemplação de base subjetiva, em níveis de inspiração. No exercício de perscrutar ordens impressas para além dos correlatos algorítmicos ora evidenciáveis pelo olhar que privilegia a lógica discursiva em detrimento das demais vivências cognitivas, propomos a testagem de uma nova conduta racional, numa razão que se abra ao benefício de vivências "não racionais", no sentido estrito do termo. Ainda que preservados os velhos trilhos do método experimental em ciência, o alargamento das possibilidades de formulação de hipóteses e de metodologias de testagem poderia advir de nosso contato com as cargas simbólicas de equivalência funcional, sistêmica, que permeiam nossos objetos de interesse científico.
Adaptado de Fróes MM. O Sonho de Descartes. Livro de Anais do Congresso Scientiarum Historia III, 2011 (no prelo).