RIOARTECIencontro.1
sete de maio de dois mil e treze, terça feira, no território livre das quebradas, das seis às sete horas da noite
queridos, nossas referências para esta data:
Palestra Prof. João Francisco (PARTE 1)
(série em 4 videos: PARTES 1 a 4; as PARTES 3 e 4 especialmente
recomendadas)
Uma viagem em arte contemporânea
Pra facilitar, fizemos uma transcrição do trecho da apresentação do Prof. João Francisco que focalizaremos em nosso encontro, e passamos pra vocês aqui:
TRANSCRITO Prof. João Francisco Duarte Jr
palestra proferida no Evento Satélite MAIS QUE A RAZÃO DO BELO: UMA CIÊNCIA SENSÍVEL, Hotel Glória, Caxambu MG, em setembro de 2010
"O grande problema nas escolas infantis em termos de arte e
educação é a explicação teórica da arte sem a experiência estética, que é
indispensável para o entendimento da arte em si. Essas teorias, como história
da arte e filosofia da arte, afastam as crianças do interesse em arte, tornando
o que deveria ser uma experiência estética em uma experiência histérica.
Explicar arte é como explicar um orgasmo, é possível falar e pensar sobre, mas
só se torna capaz de entender a sensação após experenciá-lo.
A arte, que provém de um mundo pré-intelectual e sensível, é
simbólica, sendo que as raízes artísticas são pré-simbólicas. Esse mundo
sensível pode ser educado para que haja o êxtase em arte. Assim como o
pensamento se refina pela literatura, matemática e filosofia, é necessário
refinar a técnica para que o mundo do intelecto e do sensível se conectem.
O êxtase estético, porém, não está ligado necessariamente a
beleza. Mikel Dufrenne, filósofo francês, explica que há três níveis de
experiência estética: objeto belo, objeto natural e objeto estético. O objeto
belo é um objeto de uso com componente estético, como uma caneta ou uma
cadeira, o objeto natural é a natureza e o objeto estético é a obra de arte,
que seria sem utilidade, somente existindo para o prazer estético, sendo que
esse último necessita cada vez mais de aprendizado para ser compreendido, no
entanto, isso tem que partir do êxtase estético existente no observador.
Uma expressão estética não é necessariamente arte, visto que
a obra de arte é algo que possa mudar o jeito como as pessoas pensam. Tanto a
arte quanto a ciência tem a capacidade de reinventar um conceito, mas a arte
não pode ser traduzida em palavras enquanto em ciência o que é relevante é o que pode ser explicado com palavras."